quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sentidos

O som do silêncio incomoda aquela paz.
Destruindo a tranquilidade inerte,
Veio transformar a vertigem em dúvida.
E, o que um dia foi questão, hoje, é fato,
Constante, incontrolável, atordoante,
Deliciosamente satisfatório e gritante!
O silêncio continua incômodo.
Lembra a sua falta, lembra a distância.
Minutos passam percebidos e vagarosos
A espera para falar, ouvir, gemer,
Ter e estar com você.
Sua lembrança grita na memória.
Cada pensamento um gesto,
Cada respiração uma lembrança...é frenético, palpável.
O cheiro, não o perfume, O CHEIRO, inconfundível,
Apetitoso, carrega o desejo e trás um vício.
A mesma boca que beija é a que chama, provoca,
Instiga os mais primitivos sentidos.
Tato, em suas mãos, seu corpo.
Olfato, seu cheiro, sua essência de mulher.
Paladar, seu gosto, sua boca, sua pele.
Visão, seu olhar, desejado, descontrolado, primitivo.
Sentidos sentidos, percebidos, vividos, ávidos.
Um surto explosivo de ações e reações,
Sentindo sem saber e sabendo sem sentir.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Dúvida

Aquela boca...ah, aquela boca!
Completamente estranha a mim.
O olhar penetrante, devastador, dominador...
As pessoas ao redor não fazem parte do cenário,
Coadjuvantes em uma cena de idéias.

"Ela me quer! Eu sei! Eu sei?"
Veio me falar e... Surpresa! Nada do esperado.

A confusão domina os pensamentos,
Tudo é diferente, é difícil, pode ser, até, simples, ou não...

"Preciso encontrá-la".

Sentimentos, nunca antes expostos, enfrentam as ações.
Finalmente, PAIXÃO vencendo a RAZÃO?

Os pensamentos, insanos, visitam a todo instante.
Um pretexto, um vinho, um carinho,
No dia seguinte, sozinho.

Quando finalmente juntos, nus, sob um feixe de luz,
Enlouqueço, enfraqueço...indefeso, EXPOSTO...
Ela, linda! Sua silhueta contornando o absurdo...
Perfeita! Mulher com jeito de menina,
Ali, supostamente, indefesa, entregue.
IGUAIS e DIFERENTES DEMAIS.

Não controlo os atos, cego, meio perdido.
Com a possibilidade de perdê-la, vou embora.
Isso me consome, deixei-a, mesmo sem tê-la.
E a confusão deixa de ser única,
Agora dividimos a mesma questão:
"O QUE ESTÁ ACONTECENDO?"

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Vertigem

LOUCURA! A gritaria no quarto vazio faz delirar.
As lembranças voluptuosas, o desejo, apenas um passado presente.
Os olhos, antes em chamas, não vigiam mais seus atos, apenas visam o vazio.
As paredes abraçam, como que para tirar o fôlego, o ar, a suposta paz.
O som da música a meia altura tenta atrair a atenção, em vão.
Nada mais pertence a ninguém, nada mais é real.
O inteiro de um dia, hoje, não é metade do que foi,
A parte boa muito não existe.
As luzes dos carros lá fora, lá embaixo, passando sem perceber a presença,
Os vultos lá dentro, memória, esbarram o tempo todo.
Em sonhos, a vida é feliz, na verdade, ela é quase tátil,
Em meus devaneios a insensatez se faz tão própria !