quinta-feira, 7 de março de 2013

Ponto de vista


Sou poeteiro, ou poetista, sou poeta e sou o errado.
Sou o avesso, ou controverso, a confusão e o caos.
Sou aquilo que você acha, aquilo que você pensa,
aquele que ninguém conhece e aquele que todos sabem quem é.
Sou quem quiser ser, sou quem você quiser que eu seja, sou até o indesejado por mim e por você.
Sou diferente e sou igual à todos.
Sou branco e sou Preto e sou Amarelo e sou Índio e sou novo só que velho e aprendo o errado por achar que é certo.
Escrevo diferente, penso diferente, me visto diferente, mas somos iguais ainda.
Minha linguagem te é estranha... a sua é igualmente estranha a mim.
mesmo assim permanecemos os mesmos, independente dos credos, das cores, dos amores e coisas afim.
Sou assim...impraticável, indelicado, interessado...
tudo depende, apenas, do ponto de vista.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Volver

Eu tive um sonho. Sonhei que minha visão era extraordinária, ia além do perceptível, além do comum. Vislumbrei a verdade, vaidade, desejos e aflições. Enxerguei a pureza dos sentimentos em sua fina linha de realidade, quando eles surgem e não há tempo para camuflá-los. Satisfeito, então, acordei, em um mundo real que de real só tinha o modo de ser chamado. A normalidade e banalização de tudo o que existe me fez querer cegar. A tristeza dominando todas as possibilidades de reação daqueles que querem, apenas, a felicidade, e ela, cada vez mais e mais afundada no abismo profundo das lembranças. Quero voltar a sonhar!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Inquietude temporal

Ao meu modo, vejo as coisas acontecendo,
D e v a g a r... sem desespero.
O tempo não está no mesmo ritmo que eu.
Agitado, ele passa e vislumbro a desordem.
Arrastando multidões em sua loucura;
Priorizando insensatez à tranquilidade.
Chega devastador,
Cobrando,
Arfando,
Querendo sempre mais...
Vem dizendo,
Berrando,
Arrastando...Matando!
Quem cede ao tempo morre depressa.
Prefiro manter-me ausente,
Alheio,
Prefiro deixar essa preocupação para o relógio!

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobriedade ilusória

E quando você deita, sou eu...
Sou eu nos seus pensamentos habitando.
Os suspiros, hoje mortos, não saciam as vontades;
Os beijos, desertos de paixão, secam o orvalho do amanhecer.
Sorrisos diversos, rotineiros e dispersos, nada satisfatórios ou plenos.
Calado grito...Urro aos sete ventos, quase explodindo,
Na esperança que chegue até você meu clamor desesperado,
Esse "quase" pranto desvairado.
Rezando para Ades fazer disso tudo uma guerra,
Me mantenho ao lado de Zeus, finjo querer a paz!
Você, Afrodite (!), Deusa da minha dor, dona unica do Amor.
Corrompido pela visão do paraíso, entre céus,
Viajo pelo passado, ainda meio conturbado pelo presente,
Buscando a felicidade que um dia foi real e não um simples ideal!
Não mais a mesma menina, tampouco uma estranha nova mulher;
Apenas e tão somente fruto da minha ilusão (ou não),
Idéia sem propósito; Imagem mística ou santificada da perfeição indolor.
A sombra de um menino que eu fui, o desejo de um homem que eu não sou...
Em meio ao caos sou o lampejo de lucidez afetiva.
É estranho admitir ser sórdido mas o desabafo por meio dos sonhos me parece meio mórbido.
Tive um dia esse sonho infeliz, desconexo...
Hoje não é mais o sonho, e sim a realidade, que não condiz.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Setembro "eMfim"

Neste mês eu não escrevi nada de útil
Não postei nada por aqui
Não que esse mês não tenha sido bom.
Mas eu bem que queria esquecer boa parte dele!
Com alguns dentes a menos, algumas experiências a mais,
Umas memórias bacanas e outras queixas (algumas banais!),
Esse mês se foi e eu agradeço hoje por ele chegar ao fim!
Valeu Setembro de 2010!
Ainda bem que você não voltará nunca!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Empate

O tempo passa

Devagar,

S e  a r r a s t a n d o . . .
Contínuo e inconstante se esvai,
Sumindo e consumindo.
A espera, cada vez mais, aflige;
Transforma o relógio em inimigo.

Em compassos desregrados um coração espera...
Espera se perder no calor de um "EU TE AMO!";
Se encontrar em um olhar;
Morrer em um "ADEUS!".

Saber as respostas não é prioritário,
As questões podem ser esquecidas e dar espaço ao silêncio.
Serpenteando pelo corpo, uma sensação de plenitude,
Que assusta, faz, estranhamente, bem.

Os protestos, involuntários, do coração, acabaram com as "corretas" certezas da mente.
Guerreiro de contos, saiu pelo mundo;
Lutou com relógios e caminhos de pedra;
Venceu batalhas épicas e sofreu...
Sofreu muito mas não deixou de bater.
Curado e pronto para novas aventuras o coração se armou,
Em vão...
Foi conquistado!
Hoje não é dono de si e, mesmo assim,
É mais feliz do que nunca imaginou ser!
Pulsa no peito esse coração feliz,
Urra de alegria por estar perdido no sorriso mais lindo e por se encontrar no olhar mais sincero.
No jogo da conquista ele preferiu empatar,
Sua melhor escolha.

sábado, 7 de agosto de 2010

Fim de fábula

E tudo que um dia eu te disse era real, 
Você só precisava acreditar;
Sua falta de fé e meus dizeres improváveis nos trouxeram até aqui; 
Aproveite a ternura do silêncio e o carisma do tédio.
Descobrimos juntos a beleza da dor;
A força sobrehumana dos insultos;
O mais puro perfume do desprezo.
Sejamos, portanto (e finalmente), felizes!
Sem as torturas e putrefações do calor fantasioso,
Editando o teatro e a mitologia.
Agora, apenas, simplórios,
Pacatos cordeiros da massa sem brilho;
Sejamos comuns.