domingo, 14 de março de 2010

Aparições e tormentas

Tarde comum,  inócua.
Nada a fazer,
Ninguém para ver.

Da calmaria faz-se a tempestade!
Ela apareceu, inopinadamente,
Girando universos, conturbando constelações.

As palavras, tremulas, fugiam da boca seca,
Os rubores, explícitos na alma, denunciavam na face:
-O tormento está de volta!

Avassalador por natureza,
Destrói sem perceber,
Machuca sem querer, faz rosto à razão...Medo!

Aflito como um garoto em sua brincadeira:
Escondido... espreitando... aguardando, na verdade, ser encontrado.
A felicidade contagia... Nostalgia.

Há, latente, inspiração. Novamente aflição.
Coitado coração!
Pulsa forte, acelerado, medroso, perturbado.

Sem opções diversas,
Sem contraversões dispersas,
Apenas uma incerta prudência.

Um terno de espadas voltados em copas,
A fragilidade vigente incorpora o cerne.
Malditas aparições, sem significado, propósito ou concatenação.

Palavras apenas,
Verdades plenas,
Desabafos de um Mecenas.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Mulher

Necessária como o ar que respiro.
Incontrolável como o mar que admiro.
Cheia de si, ela pode o que quiser.
Controla meus pensamentos, mesmo sem intenção,
Com suas belezas diversas e controversas.
Vaga pelas minhas lembranças,
Suave, delicada,
Ao mesmo tempo feroz.
Momentaneamente LEOA,
Simultaneamente FADA.
Dona da percepção,
Controladora da paixão.
Leva a beleza e a profundidade do olhar onde estiver,
Transforma o marasmo em sarcasmo.
Diverte e confunde,
Com simplicidade, facilidade, felicidade.
Beirando a loucura, se faz compreensível,
Mesmo em seus dias mais delicados impõe-se.
Tem o dom de mudar tudo à sua volta com uma expressão.
Pode controlar o mundo com o coração.
Simples ou complicada.
Flexível ou transtornada.
Metida, gordinha ou magrinha.
Perfeita, clarinha, escurinha, riquinha, pobrezinha,
Sorridente, maléfica, controladora, elétrica...
Seja como for, é essêncial... vital.
Por você, Mulher,
Eu morro,
Eu vivo,
Eu mato,
Eu crio.
Mulher, todos os meus dias lhe pertecem.