sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Sobriedade ilusória

E quando você deita, sou eu...
Sou eu nos seus pensamentos habitando.
Os suspiros, hoje mortos, não saciam as vontades;
Os beijos, desertos de paixão, secam o orvalho do amanhecer.
Sorrisos diversos, rotineiros e dispersos, nada satisfatórios ou plenos.
Calado grito...Urro aos sete ventos, quase explodindo,
Na esperança que chegue até você meu clamor desesperado,
Esse "quase" pranto desvairado.
Rezando para Ades fazer disso tudo uma guerra,
Me mantenho ao lado de Zeus, finjo querer a paz!
Você, Afrodite (!), Deusa da minha dor, dona unica do Amor.
Corrompido pela visão do paraíso, entre céus,
Viajo pelo passado, ainda meio conturbado pelo presente,
Buscando a felicidade que um dia foi real e não um simples ideal!
Não mais a mesma menina, tampouco uma estranha nova mulher;
Apenas e tão somente fruto da minha ilusão (ou não),
Idéia sem propósito; Imagem mística ou santificada da perfeição indolor.
A sombra de um menino que eu fui, o desejo de um homem que eu não sou...
Em meio ao caos sou o lampejo de lucidez afetiva.
É estranho admitir ser sórdido mas o desabafo por meio dos sonhos me parece meio mórbido.
Tive um dia esse sonho infeliz, desconexo...
Hoje não é mais o sonho, e sim a realidade, que não condiz.

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